Com isso, a maior automobilística da Europa está mais próxima de cumprir a meta de eliminar 35 mil postos de trabalho no país. Colaboradores devem trabalhar apenas quatro dias por semana a partir de 2026. A VW alemã sofre há anos com altos custos e capacidade ociosa em suas fábricas
André Paixão/G1
Em crise, automobilística planeja cortar 35 mil postos até 2030 – o equivalente a quase 27% de toda a sua força de trabalho no país. Matriz alemã sofre com altos custos e baixa demanda por veículos elétricos.
A diretoria da Volkswagen na Alemanha anunciou nesta quarta-feira (04/06) a adesão de cerca de 20 mil funcionários a um programa de demissão voluntária até 2030. Com isso, a maior automobilística da Europa está mais próxima de cumprir a meta de eliminar 35 mil postos de trabalho no país – hoje, a matriz alemã emprega 130 mil.
Após longas negociações, a VW chegou a um acordo com sindicalistas para melhorar o caixa. Os cortes serão viabilizados principalmente mediante acordos de aposentadoria precoce e programas de demissão voluntária, inclusive para funcionários jovens. A empresa também está oferecendo a redução da jornada semanal a funcionários próximos da aposentadoria.
“As primeiras medidas do acordo ‘Futuro Volkswagen’ estão em vigor, e nós estamos no rumo certo”, disse Gunnar Kilian, chefe do departamento de pessoal. “Com avanços mensuráveis nos custos de fábrica em Wolfsburg e com a redução de pessoal de forma socialmente responsável apenas nas seis unidades da Volkswagen na Alemanha, estamos acelerando nossa transformação.”
A Volkswagen, que também é dona das marcas Audi, Skoda e Porsche, provocou uma comoção na Alemanha quando anunciou, no passado, que estava cogitando fechar fábricas no país – algo inédito na história da gigante automobilística.
A medida foi descartada após meses de difíceis negociações com sindicalistas, culminando nos acordos de demissão voluntária.
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Problemas financeiros
Apesar do anúncio desta quarta-feira, o diretor financeiro da marca, David Powels, ressaltou que a meta de economia ainda não foi atingida. O objetivo é tornar a empresa competitiva e sustentável até 2029, reduzindo a ociosidade das fábricas e aumentando a margem de lucro da VW, que tem baixa rentabilidade.
Segundo Powels, a VW investe demais e lucra pouco com seus carros elétricos. “Nossa chance agora é corrigir juntos esse desequilíbrio e voltar a operar de forma lucrativa.”
A VW alemã sofre há anos com altos custos e capacidade ociosa em suas fábricas. Especialmente as unidades dedicadas exclusivamente aos carros elétricos, como Zwickau e Emden, registraram baixa demanda e tiveram que reduzir a produção.
Além disso, as vendas e os lucros da VW estão caindo na China – mercado mais importante do grupo –, já que concorrentes locais como a BYD estão ganhando espaço.
Por outro lado, na fábrica principal de Wolfsburg, onde atualmente são produzidos apenas veículos a combustão como o Golf e o Tiguan, a VW teve recentemente que implementar turnos extras. Isso porque, ao contrário dos carros elétricos, os modelos a combustão estão com boas vendas no momento.
Mas isso não deve durar, segundo a presidente do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo. Em relatório interno ao qual a agência de notícias dpa teve acesso, ela afirma que as vendas do Golf vão cair. “A tendência é de queda irreversível.”
A produção global do modelo caiu de um milhão de unidades em 2015 para pouco mais de 300 mil em 2024, segundo esse mesmo relatório. Para 2025, a previsão era de 250 mil unidades.
Cavallo também alertou para problemas de capacidade produtiva a partir de 2027. A produção do Golf será transferida para o México, e Wolfsburg passará a fabricar uma versão elétrica do modelo. “A partir de 2027, uma semana de trabalho de quatro dias aqui não é um cenário improvável”, afirmou ela, de acordo com participantes da reunião.
Cavallo aconselhou seus colegas na Volkswagen a assumirem turnos extras nas fábricas a fim de compensar futuras perdas salariais em caso de redução de jornada. “Temos que fazer economias agora para podermos recorrer a elas mais tarde.”
Fábrica da VW em Wolfsburg pode adotar semana de 4 dias a partir de 2027
A reestruturação da fábrica da Volkswagen em Wolfsburg a partir de 2027 para dar lugar à produção exclusiva de veículos elétricos pode resultar em uma semana temporária de trabalho de quatro dias, disse a chefe do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, nesta terça-feira (03).
Cavallo, uma figura central nas negociações dos trabalhadores com a montadora no ano passado sobre cortes de custos, disse que os sindicatos concordaram com a utilização mínima da capacidade para o período de transição, mas defendeu que os trabalhadores façam turnos extras no período de preparação para compensar a probabilidade de menos horas de trabalho nos próximos anos.
“Temos que fazer provisões agora para que possamos recorrer a elas mais tarde… De 2027 em diante, uma semana temporária de quatro dias não é um cenário irracional”, disse Cavallo.
O acordo da Volkswagen firmado com os sindicatos em dezembro passado para cortar custos na Alemanha incluiu a transferência da produção do motor a combustão do Golf de Wolfsburg para o México a partir de 2027, o que gerou preocupação entre alguns funcionários da sede da montadora sobre o futuro da fábrica.
Cavallo procurou garantir aos trabalhadores na terça-feira que o futuro da fábrica estava em mãos mais seguras por meio de planos para produzir o Golf elétrico, bem como um sucessor do SUV compacto T-Roc, até o final da década.
“O Golf deve ir para o México! Mais cedo ou mais tarde. Caso contrário, nossa fábrica acabará se encontrando na parte inferior dessas estatísticas que acabei de mostrar”, disse Cavallo, de acordo com comentários publicados na intranet da empresa e vistos pela Reuters.
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