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Produtora de repolho vira influencer do agro e aumenta as vendas mostrando a rotina do campo nas redes sociais

“Rose do Agro” trabalha no campo desde os cinco anos de idade. A agricultora é de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, cidade com a maior produção da verdura no estado. Produção de repolho no ES: veja as expectativas dos produtores para 2025
Uma produtora de repolhos em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, encontrou nas redes sociais uma forma de divulgar seu trabalho como agricultora. Rosângela Kruger, de 35 anos, tem mais de 57 mil seguidores que acompanham sua rotina no campo, com atividades como dar comida aos porcos e arar a terra para a lavoura. Com as publicações, ela consegue aumentar as vendas.
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A agricultora contou que começou a trabalhar na plantação de verduras com apenas cinco anos de idade. Desde muito novinha, sempre esteve ligada à rotina no campo por causa da família de agricultores.
“Desde sempre eu trabalhava com verduras com os meus pais e continuei depois que me casei. Em 2024, comecei a postar vídeos mostrando um pouco da rotina, do meu dia a dia, e muita gente gostou, disse que gostava de me acompanhar”, comentou.
Rose do Agro faz sucesso nas redes sociais postando sua rotina na plantação de repolho em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo
Reprodução/Redes sociais
Com as publicações, a “Rose do Agro”, como é conhecia nas redes sociais, ganhou uma ajuda a mais para escoar a produção. Nos vídeos, a agricultora conta até com a ajuda de um cachorro durante os trabalhos no campo.
Mas exibir a rotina nas redes tem outros benefícios, além de se tornar conhecida. Pelas páginas, ela recebe encomendas, negocia a venda de produtos e dá visibilidade aos produtos.
“Na hora do almoço, eu tiro uma folga, já negocio e rapidinho dá certo. A rede social facilita muito a vida do produtor. Antes, sem a internet, você pegava moto, ia em um lugar a 20, 30 quilômetros para negociar a verdura. Hoje não. Você só mexe no celular e tá tudo pronto. Você consegue vender tudo muito fácil e rápido”, relatou.
Em dezembro, a produtora teve sua conta original nas redes sociais invadida por hackers e precisou começar do zero um novo perfil mostrando sua rotina.
Na propriedade onde la mora, a família cultiva vários produtos, mas especialmente verduras. O repolho é o carro-chefe. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Espírito Santo é o sétimo maior produtor de repolho do país.
Rose do Agro faz sucesso nas redes sociais postando sua rotina na plantação de repolho em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em 2024 a produção no estado foi de mais de 200 toneladas. O destaque foi para a cidade de Santa Maria de Jetibá, onde a Rose do Agro mora. Lá é onde mais de produz a verdura.
Hoje, são mais de 30 mil pés de repolho na plantação da Rosângela em sete hectares e meio de área plantada. Além da verdura, Rosângela também colhe batata-doce, batata-inglesa, milho e café.
Dificuldades na lavoura
Em 2024, o clima atrapalhou um pouco a colheita da verdura. Com muita chuva, o repolho não cresceu e as folhas não se desenvolveram tanto.
“Eu não deixo ela terminar por inteiro, eu já começo outra roça de novo para o ano todo eu ter repolho para fornecer. Tem que plantar. Tem vezes que ele colhe muito bem, tem vezes que ele não colhe tão bem. Sempre depende do clima. No inverno, ele colheu muito bem, não tinha doença, nada. Mas o preço estava muito baixo. A gente vendeu a caixa de 25 quilos por R$ 4, e ainda era bem difícil de vender. Agora que ele deu uma melhorada de preço, que tá uns R$ 25 “, apontou.
Além do clima, uma doença afetou a lavoura: o vermelhão, também conhecido como enfezamento do repolho, causado por bactérias que penetram na hortaliça.
Produção de repolho em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Ainda não existe um cultivo com resistência genética à doença, que desde 2020 tem infestado as lavouras.
“Com um mês, mais ou menos, o repolho sai firme e forte. Aí começa a dar uma cigarrinha, ele entra no talo e aparece um vermelhão. Esse talo não desenvolve mais e fica todo vermelho e sem vida. O ideal seria retirar os pés que estão no meio da lavoura, porque aí fica melhor. Colher esse repolho doente não serve”, explicou.
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O extensionista do Incaper, Iosmar Luis Mansk, acompanhou o desenvolvimento da doença e orientou os produtores.
“A gente fala e orienta para que se faça uma análise de solo para você ter uma adubação de acordo com a necessidade técnica do solo. Fazer plantio no momento certo da muda e com uma muda de boa qualidade. Fazer a capina na hora certa, as adubações de cobertura, o controle de índice de ataque de pragas, doenças… Isso tudo para, no final, ter um resultado positivo”, pontuou.
Produtores reclamam que a colheita de repolho em 2024 no Espírito Santo não rendeu muito por causa das doenças e das chuvas
Reprodução/TV Gazeta
O Incaper também apontou que cerca de 65% da população da cidade de Santa Maria de Jetibá vive no campo e sete mil famílias cultivam o repolho verde e o roxo.
O que é colhido no sítio da Rosângela é vendido para compradores como Gustavo Ernesto Berger. Ele é o responsável por fazer a negociação com outros mercados.
“A gente precisa cada vez buscar o melhor para o mercado, como amigo também. O mercado não conseguiu me ajudar a puxar essa mercadoria toda dos produtores e acabei deixando alguns produtores na mão. Eu ofereci para o cliente e eles não estavam conseguindo vender na Ceasa. Aí acabava que eu não tinha venda para esse produto”, afirmou o comprador.
Já o produtor Edmilson Conradt precisou trocar a cultura de repolho para alface para não ter prejuízo.
“Pra mim, a alface tem uma rende de mês em mês, e o repolho demora três meses. Pra mim, foi melhor investir a alface do que repolho. Era muita doença, chuva que atrapalha. E a alface foi a melhor escolha. Agora metade planta repolho e metade alface”, disse.
Santa Maria de Jetibá é a cidade do Espírito Santo com a maior produção de repolho no estado
Reprodução/TV Gazeta
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