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Juros do rotativo: Campos Neto menciona falha em acordo, mas diz que BC ainda tenta saída

Lei dá prazo até 1º de janeiro para Banco Central chegar a consenso sobre limite de juros com agentes do mercado. Limitação no número de parcelas trava discussão. Presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico
YouTube/Reprodução
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (17) que fracassou em chegar a um acordo sobre os juros do rotativo do cartão de crédito com administradores de cartões de crédito, bancos, maquininhas e varejistas.
“Nossa preocupação é vir uma sugestão, porque como a gente falhou em encontrar um acordo, que acabe gerando ruptura no mercado de cartões porque aí iria ser ruim para todo mundo”, afirmou no evento “E agora, Brasil?” promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo.
Questionado se admitia falha em encontrar um entendimento com os agentes, Campos Neto disse que ainda busca uma saída e negou estar pessimista.
“Não posso dizer que estou pessimista porque ainda estou trabalhado. Mas nós temos dois grupos, um grupo não quer negociar se não tiver uma mudança no número de parcelas e outro grupo acha que isso não é viável. Temos que tentar encontrar uma solução intermediária, mas não vou dizer se estou pessimista ou não porque ainda estamos trabalhando nisso”, declarou.
Em outubro, o governo publicou uma lei que limita os juros do rotativo. O texto deu 90 dias corridos para os agentes do mercado apresentarem uma proposta para limitação das taxas ao Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio do Banco Central. Como a lei foi publicada em 3 de outubro, o prazo é 1º de janeiro de 2024.
Caso a proposta não seja apresentada, os juros serão limitados ao total original da dívida. Veja detalhes no vídeo abaixo:
Desenrola: Senado aprova programa de renegociação de dívidas e limita rotativo do cartão de crédito
“Na última reunião, eu disse o seguinte: se nada for feito, o que vai acontecer [é que] a gente vai entrar em um sistema, que acho que vai ser percebido rapidamente como um sistema que, apesar de na letra parecer que limita os juros, vai ter uma capacidade efetiva de limitar muito baixa”, afirmou.
Segundo Campos Neto, como a lei limita os juros no período de um ano e poucas pessoas ficam no rotativo por tanto tempo, o impacto será reduzido. “Isso não vai fazer os juros caírem muito”, disse.
De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, os juros do rotativo chegaram a 441,1% em setembro. O maior valor do ano foi registrado em maio: 454%.

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