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Indústria argentina propõe fortalecer relação comercial com Brasil e vê acordo entre Mercosul e UE como oportunidade

Sinalização vai na contramão das falas recentes do presidente argentino, Javier Milei, que tem ameaçado retirar o país do bloco sul-americano para firmar acordo com os Estados Unidos. Presidente da Argentina, Javier Milei, volta a ameaçar saída do Mercosul durante discurso de abertura do Parlamento argentino em 1º de março de 2025.
REUTERS/Matias Baglietto
A indústria argentina propôs o fortalecimento da relação comercial com o Brasil e indicou que o acordo recente feito entre o Mercosul e a União Europeia (UE) abre uma “possibilidade concreta” para melhorar o comércio e os investimentos no bloco econômico, que reúne cinco países sul-americanos.
As afirmações foram feitas em um relatório divulgado pela União Industrial Argentina (UIA) na última semana. O documento ainda reforça a importância de o Mercosul usar do acordo com a UE para melhorar firmemente sua oferta exportável e sua capacidade competitiva, bem como a necessidade de o país ter uma “atitude estratégica em suas relações internacionais”.
“A Argentina mantém vínculos comerciais, tecnológicos e financeiros com uma variedade de países que exigem uma análise minuciosa de oportunidades e riscos”, diz o documento, indicando, em um outro momento, a importância de o país fortalecer as relações comerciais com o Brasil por meio do “desenvolvimento de cadeias de valor regionais e atividades complementares”.
O posicionamento da indústria argentina vem na contramão do que o presidente, Javier Milei, tem defendido para o país. No último fim de semana, o chefe de Estado voltou a ameaçar a saída da Argentina do Mercosul, afirmando que o bloco econômico enriqueceu apenas os brasileiros.
Essa não foi a primeira vez que Milei abordou o assunto. O presidente argentino tem tratado a saída do Mercosul como um passo importante para que a Argentina consiga fechar um acordo comercial com os Estados Unidos.
“O primeiro passo nesta trilha é a oportunidade histórica que temos de entrar em um acordo comercial com os EUA. Para aproveitar esta oportunidade histórica que nos é apresentada novamente, é necessário estar disposto a flexibilizar ou mesmo se for o caso sair do Mercosul, que a única coisa que conseguiu desde a sua criação é enriquecer os grandes industriais brasileiros às custas do empobrecimento dos argentinos”, disse Milei.
Em janeiro, o presidente argentino já havia afirmado que acredita ser possível avançar em um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos sem perder a aliança com o Mercosul, mas destacou retiraria o país do bloco, se necessário.
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Elogio ao Brasil
O relatório da UIA também cita o Brasil como um “exemplo notável” a ser seguido, dando destaque ao programa do governo federal Nova Indústria Brasil (NIB).
Lançado em janeiro de 2024, o programa foi criado como uma forma de tentar aumentar a capacidade competitiva da indústria brasileira até 2033. Para isso, as medidas prometem atacar dois problemas do setor: a desindustrialização e o desenvolvimento de produtos com baixa complexidade tecnológica.
A ideia, segundo o governo, é que a nova política industrial receba R$ 300 bilhões em financiamentos com linhas de crédito específicas para o setor.
No relatório, a indústria argentina afirma que o programa brasileiro se trata de um “relançamento da indústria”, que inclui incorporar novas agendas focadas em tecnologia e criar condições para melhorar a competitividade do país no exterior.
“A prioridade do governo do Brasil é enfrentar desafios complexos, como as mudanças climáticas e sociais através do desenvolvimento econômico, onde o governo marca a necessidade da colaboração interministerial para que o plano seja executado”, diz o documento da UIA.

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