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Frentes parlamentares do setor produtivo se manifestam contra novo pacote do governo para aumentar arrecadação

Coalizão expressou indignação frente às medidas anunciadas no domingo para compensar o provável recuo do governo sobre a alta do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista no Hotel Brasília Palace, em 3 de junho de 2025
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
A Coalizão das Frentes Parlamentares que representam o setor produtivo brasileiro publicou um manifesto para expressar “indignação e profunda preocupação” com as recentes medidas anunciadas pelo governo federal para aumentar a arrecadação dos cofres públicos.
O grupo se refere ao pacote anunciado no domingo (8) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem como objetivo compensar o provável recuo do governo sobre a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), implementado no dia 22 de maio. (leia mais abaixo)
Entre as ações que estão sendo discutidas — mas que ainda não foram implementadas oficialmente —, estão o fim da isenção de Imposto de Renda (IR) para títulos de investimento como LCI e LCA e o aumento da taxação das apostas esportivas.
“A proposta inicial de elevação do IOF, que visava arrecadar bilhões às custas do cidadão e da empresa, já era inaceitável, pois o IOF incide sobre operações essenciais do dia a dia econômico, como crédito, câmbio e seguros, elevando o custo de capital e as transações financeiras para todos”, diz o manifesto.
Contudo, o novo acordo, “longe de representar um avanço em direção à responsabilidade fiscal, é um atestado da persistência de uma lógica equivocada: a de que o problema fiscal se resolve com mais tributos, e não com a redução do tamanho e do custo da máquina pública”, continua.
De acordo com a coalizão, as ações propostas pelo governo não solucionam o problema do país em relação ao equilíbrio das contas públicas e comprometem “a capacidade de investimento, a geração de empregos e a competitividade do país”.
“O Brasil, e em particular seu setor produtivo, encontra-se exaurido por uma carga tributária que não para de crescer, posicionando-nos entre os países com maior peso fiscal do mundo em relação ao PIB, sem a contrapartida de serviços públicos de qualidade”, afirma o documento.
Pacote para compensar alta do IOF será apresentado a Lula
Entenda a crise do IOF
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
🔎 IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Como o próprio nome diz, é um imposto cobrado sobre a maior parte das operações financeiras e serve para gerar receita para a União. (saiba mais aqui)
A medida aumentou o imposto sobre algumas operações, especialmente que envolvem crédito para empresas e relacionadas ao câmbio. Houve aumento, por exemplo, no IOF cobrado sobre cartões internacionais de crédito e débito e sobre a compra de moedas estrangeiras em papel.
O mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Horas após o anúncio, o governo revogou o IOF mais alto sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior, o que reduziu o potencial arrecadatório em cerca de R$ 1,4 bilhão.
Mesmo assim, as críticas sobre o aumento do imposto continuaram. O Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar um pacote alternativo que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
No último domingo (8), o ministro Fernando Haddad apresentou suas primeiras propostas aos líderes do Legislativo, e eles chegaram a um acordo. As medidas devem ser comunicadas ao presidente Lula nesta terça-feira (10), para só depois serem implementadas oficialmente.

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