Medida abre exceção nas tarifas de 25% sobre todos os produtos importados anunciada pelo presidente norte-americano recentemente e que passaram a valer na última terça-feira. Donald Trump e Justin Trudeau durante encontro de líderes da Otan em Londres, em 4 de dezembro de 2019
Kevin Lamarque/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai isentar as importações de automóveis do Canadá e do México por um mês, informou a Casa Branca nesta quarta-feira (5). A isenção abre uma exceção na taxação de 25% imposta por Washington aos dois países e que passou a valer na última terça-feira. (Entenda mais abaixo)
Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump conversou com os presidentes de três grandes montadoras — a Ford, a General Motors (GM) e a Stellantis —, avisando-os que deveriam mover a produção do Canadá e do México para os EUA.
“Falamos com as três grandes concessionárias de automóveis. […] Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA”, afirmou Trump em comunicado, referindo-se ao acordo de livre comércio da América do Norte, negociado em seu primeiro mandato.
Um secretário de imprensa de Trump afirmou que o presidente norte-americano está aberto a negociar isenções adicionais para outros setores, mas destacou que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, não está disposto a suspender as tarifas retaliatórias recentemente anunciadas pelo país. A informação foi cedida por um alto funcionário do governo norte-americano à Associated Press.
Na véspera, o premiê canadense afirmou que não havia justificativa para a implementação das tarifas de 25% sobre o Canadá, reiterando que manteria as taxas retaliatórias enquanto os EUA não suspendessem a medida.
O gabinete de Trudeau, por sua vez, afirmou que os representantes dos dois países continuarão em conversa ao longo desta quarta-feira.
A medida já havia sido ventilada pelo secretário do comércio dos EUA, Howard Lutnick, que indicou que o presidente norte-americano também levantou a ideia de que outros setores que cumprem com o USMCA também poderiam ter uma folga.
“Se você cumpriu o acordo, então talvez voce evite tarifas, E se você não cumpriu o acordo, bem, você o fez por sua conta e risco”, afirmou o secretário nesta manhã em uma publicação no Truth Social.
O alívio também eliminaria tarifa de 10% sobre as importações canadenses de energia, como petróleo bruto e gasolina, que atendem às regras de origem do USMCA.
Tarifas de 25% sobre produtos importados
Na última terça-feira (4), passaram a valer as tarifas de importação de 25% aos produtos do Canadá e do México importados pelos Estados Unidos.
As taxas estavam suspensas desde o começo de fevereiro, após uma negociação feita entre os países. Enquanto Trump prometeu a suspensão das tarifas, Canadá e México se comprometeram a melhorar a fiscalização em suas fronteiras com os norte-americanos, para tentar diminuir ou zerar o tráfico de drogas e a imigração ilegal.
Segundo Trump, no entanto, as medidas não foram suficientes. Em conversa com Trudeau nesta quarta-feira, o republicano afirmou que não estava convencido dos esforços feitos pelo Canadá para conter o fluxo de fentail para os EUA.
“Eu disse a ele que muitas pessoas morreram por causa do fentanil, que passou pelas fronteiras do Canadá e do México, e nada me convenceu de que isso tenha parado”, afirmou o presidente norte-americano em uma publicação no Truth Social, sua rede social.
“Ele disse que melhorou, mas eu disse: ‘isso não é bom o suficiente'”, completou Trump, acrescentando que a ligação terminou de forma “um pouco” amigável.
Tarifas representam dificuldades para montadoras
As tarifas representam dificuldades extremas para as montadoras, que produzem véiculos nos três países — Estados Unidos, México e Canadá —, e que frequentemete enviam peças por meio das fronteiras da América do Norte.
Assim, uma isenção para carros e caminhões que cumprem com as normas norte-americanas no USMCA podem ser muito benéficas para Ford, GM e Stellantis. Isso porque seus veículos atendem às regras de 75% das regras do país — requisitos acordados por Trump durante seu primeiro mandato para manter a produção de peças na região.
Para acesso regional isento de impostos, as regras também exigem que 40% do conteúdo de um carro de passeio seja fabricado nos Estados Unidos ou Canadá, com base em uma lista de “peças principais”, incluindo motores, transmissões, painéis de carroceria e componentes de chassi. O limite para caminhonetes é de 45%.
As montadoras expressaram apoio ao aumento do investimento nos EUA, mas querem certeza sobre as políticas tarifárias e sobre as regras de emissões de veículos antes de fazer mudanças drásticas, disseram duas fontes do setor à Reuters.
“Estamos preparados para trabalhar com o governo Trump para apoiar mais investimentos em nossa presença industrial nos EUA, mas precisamos de tempo para fazer essas mudanças sem impactar negativamente os negócios e nossos clientes”, disse a Stellantis a seus revendedores na terça-feira em um e-mail visto pela Reuters.
Uma isenção também beneficiaria algumas montadoras de marcas estrangeiras com grande presença de produção nos EUA, incluindo a Honda 7267.T e a Toyota 7203.T , mas alguns concorrentes que não cumprirem teriam que pagar as tarifas integrais de 25% dos EUA.
*Com informações da Reuters, da Associated Press e da Agence France-Press.

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