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Economia da Ucrânia pode retrair até 35% devido a invasão russa, diz relatório do FMI

Nos piores cenários, o impacto seria muito superior à contração de 10% registrada em 2015 no contexto da guerra da Crimeia. A economia da Ucrânia deve contrair 10% em 2022 como resultado da invasão da Rússia, mas as perspectivas podem piorar drasticamente se o conflito se estender, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta segunda-feira.
O relatório da entidade, preparado antes da aprovação pelo FMI de US$ 1,4 bilhão em financiamento de emergência ao país, afirma que a produção econômica da Ucrânia pode encolher de 25% a 35%, com base em dados reais em tempos de guerra do Produto Interno Bruto (PIB) do Iraque, Líbano e outros países em conflito.
Nos piores cenários, o impacto seria muito superior à contração de 10% registrada em 2015 no contexto da guerra da Crimeia.
No ano passado, o crescimento da Ucrânia foi de 3,2%, impulsionado pela demanda interna e pelas exportações. Desde a invasão do país pelo Exército russo em 24 de fevereiro, “a economia ucraniana mudou radicalmente”, destaca o diretor-executivo do FMI para a Ucrânia, Vladyslav Rashkovan.
“Até 6 de março, 202 escolas, 34 hospitais, mais de 1.500 casas, incluindo prédios, dezenas de quilômetros de estradas e inúmeras infraestruturas críticas em várias cidades ucranianas foram total, ou parcialmente, destruídas pelas tropas russas”, descreve, com base em informações fornecidas pelo governo ucraniano.
Segundo o FMI, a Ucrânia tem um déficit de financiamento externo de US$ 4,8 bilhões, mas espera-se que suas necessidades de financiamento cresçam com o conflito. A estimativa é que a dívida pública do país suba de cerca de 50% do PIB em 2021 para 60% em 2022.
“Dados preliminares mostraram que, em 1º de março de 2022, as reservas internacionais da Ucrânia totalizavam US$ 27,5 bilhões (…) um valor suficiente para a Ucrânia honrar seus compromissos”, detalhou Rashkovan.
Impactos globais
Além das perdas humanas e econômicas, o FMI está preocupado com as consequências do conflito em todo mundo. Em suas quase três semanas de duração, os preços da energia e das matérias-primas, inclusive agrícolas, dispararam.
Para uma commodity agrícola como o trigo, os efeitos podem ser ainda mais dramáticos, alerta esta instituição com sede em Washington, D.C..
“As perturbações na temporada agrícola da primavera [outono no Brasil] podem prejudicar as exportações, bem como o crescimento, e comprometer a segurança alimentar global”, observam os autores do relatório.
* Com informações da Reuters e da France Presse.

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