Na véspera, o dólar fechou em queda de 1,34%, cotado a R$ 5,6086, menor valor desde outubro. A bolsa subiu 1,76%, aos 138.963 pontos, maior pontuação da história. O dólar opera em queda nesta quarta-feira (14), em dia sem grandes eventos econômicos no radar dos investidores. O mercado aguarda novos passos dos Estados Unidos, que estão em conversas com países parceiros para chegar a novos acordos comerciais.
Nesta terça, uma mistura de boas notícias, vindas da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), dos dados de inflação dos Estados Unidos e ainda dos efeitos da trégua tarifária entre os americanos e a China, trouxe ótimos resultados ao mercado.
O dólar recuou e fechou aos R$ 5,60, no menor patamar desde 14 de outubro (R$ 5,5821). O Ibovespa bateu recorde nesta terça-feira (13) e fechou aos 138 mil pontos pela primeira vez na história.
Já na noite de terça, o presidente americano Donald Trump mostrou-se confiante de que a China se abrirá para os Estados Unidos com um acordo comercial “muito sólido”, em declarações à emissora Fox News.
A grande notícia da semana foi que as duas potências concordaram em diminuir significativamente as taxas sobre produtos de importação durante 90 dias.
“Temos a estrutura de um acordo muito, muito sólido com a China. Mas a parte mais emocionante do acordo é a abertura da China aos negócios com os Estados Unidos”, declarou a bordo do avião presidencial Air Force One, no qual realiza um giro pelos países do Golfo Pérsico.
Nesta quarta, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, desembarcou na Coreia do Sul para novas reuniões.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 9h30, o dólar operava em 0,23%, cotado a R$ 5,5958. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda americana fechou em queda de 1,34%, cotado a R$ 5,6086.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,82% na semana;
recuo de 1,20% no mês; e
perda de 9,24% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa opera apenas a partir das 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 1,76%, aos 138.963 pontos, maior pontuação da história do índice.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 1,80% na semana;
avanço de 2,88% no mês; e
ganho de 15,53% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Acordo entre China e EUA
No ambiente externo, o acordo entre EUA e China sobre tarifas continuou a repercutir.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos.
Quando Trump anunciou as primeiras “tarifas recíprocas” a mais de 180 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação”, no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores. As principais bolsas de Nova York dispararam após o anúncio. As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta.
O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam. “Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
“Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo”, acrescentou Zhang.
No entanto, analistas também alertaram para ter cautela com o otimismo, já que várias tarifas dos EUA contra produtos da China e de muitos outros países continuam em vigor.
“Esta é uma redução substancial da tensão. No entanto, os EUA ainda impõem tarifas muito mais altas à China”, ponderou Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics. “Não há garantia de que a trégua de 90 dias dará lugar a um cessar-fogo duradouro.”