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Dólar abre em baixa, em dia de agenda vazia, com mercado analisando dados da semana

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou com leve queda de 0,02%, cotada a R$ 5,5866. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 0,30%, aos 130.353 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em baixa nesta sexta-feira (11), em um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos importantes, mas com o mercado repercutindo os dados divulgados ao longo de toda a semana.
Os destaques foram os novos números de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, a inflação acelerou e subiu em setembro, puxada sobretudo pelo aumento da conta de luz e pelos preços dos alimentos, consequências da grave seca que atinge o país. Isso fez o mercado reforçar suas expectativas de que o Banco Central do Brasil (BC) deve continuar elevando a Selic, taxa básica de juros, nos próximos meses.
Já lá fora, a inflação também subiu, mas com menor intensidade e mostrando uma desaceleração, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho americano dá sinais de arrefecimento. Investidores esperam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continue cortando os juros no país, mesmo que com menor intensidade.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h15, o dólar caía 0,24%, cotado a R$ 5,5732. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,02%, a R$ 5,5866.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,40% na semana;
avanço de 2,56% no mês;
ganho de 15,13% no ano.

O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice subiu 0,30%, aos 130.353 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,09% na semana;
perdas de 1,11% no mês;
recuo de 2,86% no ano.

O que está mexendo com os mercados
A semana foi marcada pela divulgação de dados de inflação.
Nesta quinta-feira, foi a vez dos Estados Unidos. Segundo dados do Departamento de Trabalho, os preços ao consumidor subiram 0,2% no mês passado, acima do esperado pelo mercado. Nos 12 meses encerrados em setembro, por sua vez, a alta foi de 2,4% —a menor leitura desde fevereiro de 2021.
Os dados de emprego, por outro lado, indicaram um arrefecimento no mercado de trabalho norte-americano. Ainda segundo o órgão, foram registrados 258 mil pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, uma alta de 33 mil solicitações.
Os dados, considerados divergentes quanto aos sinais sobre os próximos passos da política monetária norte-americana, trouxeram volatilidade aos mercados nesta quinta-feira.
Ainda assim, o viés de queda prevalece. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado prevê uma chance de 84,3% de que o Fed reduza as taxas básicas norte-americanas em 0,25 ponto percentual na reunião de novembro.
Nesse sentido, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na véspera, também continuou no radar.
O documento apontou que uma “maioria substancial” das autoridades do Fed apoiaram o início da flexibilização da política monetária norte-americana na reunião de setembro — ou seja, o corte dos juros.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a ata do Fed passa a impressão de que o corte de 0,50 ponto percentual foi uma consequência da possível demora da instituição em iniciar o ciclo de quedas.
No entanto, “a divergência sobre cortar 0,25 ou 0,50, que não era obvio no texto da decisão, mostra que o Fed não quer um ciclo agressivo de corte de juros. Além disso, os dados desde a última reunião caminharam em direção contrária à visão do comitê, reforçando que 0,5% não deve ser repetir à frente”, analisa Borsoi.
No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na quarta, também fica no radar. O indicador subiu 0,44% em agosto, contra a deflação de 0,02% registrada em agosto.
Esse foi o primeiro IPCA depois da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica, por conta da grave seca que atinge o Brasil, e a conta de luz foi o item que mais pesou sobre a inflação, com alta de 5,36%. Também, os preços dos alimentos voltaram a subir, reflexo da estiagem que atinge lavouras de frutas cítricas e pastagens de gado, principalmente.
Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, avalia que o grupo ‘Alimentação no domicílio’ será uma “dor de cabeça” para o IPCA do final do ano, “principalmente por conta do grupo de ‘Carnes’, que já sobre mais de 6,00% no atacado, e tem um peso relevante no índice geral (2,35%). Até por isso, subimos a nossa projeção para o IPCA no final do ano de 4,40% para 4,60%, com viés de alta”.
Mesmo que a alta tenha sido puxado por fatores fora do controle da política monetária, o mercado continua esperando novas altas da Selic, taxa básica de juros. Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) já elevou a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.
Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, um ponto importante para a análise sobre os juros é o crescimento robusto da economia, comprovado, também, pelos números fortes do comércio. “Embora esse crescimento seja positivo para a atividade doméstica, pode gerar pressões inflacionárias ou retardar o ritmo de desaceleração”, afirmou.
“Diante de uma atividade econômica mais forte do que esperado, de uma inflação que deve terminar o ano próximo da banda superior da meta, de expectativas de inflação desancoradas e uma taxa de câmbio acima de R$ 5,50, o BC deve continuar o ciclo de ajuste da taxa de juros”, disse Sung.

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