No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,56%, cotada a R$ 5,7695. Já o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, terminou o dia quase estável, subindo 0,03%, aos 127.874 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em alta nesta terça-feira (12), após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, que elevou a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual na última semana, levando-a ao patamar de 11,25% ao ano.
O Copom sinalizou que continua comprometido com o combate à inflação e que pode subir mais os juros. Também falou sobre o cenário fiscal, dizendo que a redução no ritmo do crescimento dos gastos públicos pode induzir o crescimento econômico do Brasil ao longo dos anos.
Isso aconteceria por meio de seu “impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos”.
No mesmo sentido, o mercado segue à espera do anúncio do pacote de cortes de gastos do governo. Na segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Lula pediu a inclusão de mais um ministério no plano.
Segundo Haddad, o debate já foi “concluído” com os ministérios que vinham se reunindo com a área econômica e com Lula na última semana – por exemplo, Saúde, Educação e Previdência Social.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 9h, o dólar subia 0,37%, cotado a R$ 5,7910. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda subiu 0,56%, cotada a R$ 5,7695. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8163.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,56% na semana;
recuo de 0,20% no mês;
ganho de 18,90% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,03%, aos 127.874 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,03% na semana;
perdas de 1,42% no mês;
recuo de 4,70% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O Copom disse em sua ata, divulgada nesta terça, que o cenário econômico se tornou mais “desafiador” por conta do aumento das projeções para a a inflação.
Segundo o boletim Focus desta semana — relatório que traz as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país — as expectativas para a inflação subiram pela sexta semana consecutiva e são de 4,62% para 2024.
A meta para este ano é de 3% e será considerada formalmente cumprida se estiver em um intervalo entre 1,5% e 4,5%. Para 2025, a estimativa de inflação também subiu, de 4,03% para 4,10%. A meta de inflação para o próximo ano também é de 3%, com o mesmo intervalo de limite inferior e superior.
Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, acumulando uma alta de 4,74% em 12 meses e renovando a visão de que os preços devem subir além da meta neste ano.
O Copom também citou o cenário fiscal, afirmando que ma redução no ritmo de crescimento dos gastos públicos, principalmente de “forma mais estrutural” (com corte de gastos permanentes), pode ser um indutor do crescimento econômico da economia brasileira no médio prazo, ou seja, nos próximos anos.
O governo passou toda a última semana reunido para discutir um plano para o controle das despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive sinalizou que tinha a previsão de anunciar as medidas ainda na semana passada.
No entanto, o pacote ainda não saiu e frustrou as expectativas do mercado financeiro. Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que valoriza o dólar em detrimento do real.
O anúncio de que mais um ministério entrou na mira para o pacote de cortes de gastos, porém, trouxe um pouco mais de ânimo para o mercado financeiro.