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Bovespa recua com temores de descontrole fiscal

Na quinta-feira, Ibovespa fechou em queda de 2,75%, a 107.735 pontos – o menor patamar do ano. O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, volta a operar em queda nesta sexta-feira (22) – na contramão dos mercados externos – em meio aos temores de piora nas contas públicas após as manobras do governo para driblar o teto de gastos e da debandada de secretários do Ministério da Economia.
Às 10h37, o Ibovespa recuava 1,15%, a 106.494 pontos. Veja mais cotações.
Já o dólar tinha alta, chegando a alcançar R$ 5,71.
Na quinta-feira, a bolsa fechou em queda de 2,75%, a 107.735 pontos – a pior pontuação do ano e a menor desde 23 de novembro (107.378 pontos). Com o resultado, passou a acumular queda de 2,92% no mês e de 9,48% no ano..
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Cenário
Enquanto no exterior o sentimento é de alívio, depois que a gigante incorporadora chinesa Evergrande conseguiu temporariamente evitar um calote, por aqui o clima é de tensão renovada em relação às contas públicas.
Na noite de quinta-feira, a comissão especial criada na Câmara para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios aprovou uma mudança no teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa Família. O texto agora segue para o plenário.
A proposta de furar o teto para bancar o programa social repercutiu negativamente no mercado, elevando os temores de piora do quadro fiscal e de descontrole dos gastos públicos para financiar medidas vistas como populistas.
“Já estamos falando de um quadro inflacionário bastante preocupante e o gestor tem que perceber que está fazendo alguma coisa errada. Se a inflação no Brasil começou a subir antes de todo mundo e sobe mais forte, com o dólar descolado dado o cenário internacional, o gestor de política econômica tem que desconfiar. Então, é obvio que necessitava um maior cuidado na questão macroeconômica. Não é sair fazendo e a inflação é problema do BC. Tem erros sistemáticos cometidos”, disse a economista Zeina Latif, em entrevista à GloboNews..
Veja vídeo abaixo:
Zeina Latif: ‘Tem erro de política econômica sendo cometido sistematicamente’
Em meio ao retorno de ameaças de greve de caminhoneiros em razão da alta dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro também anunciou que o governo vai oferecer uma ajuda de R$ 400 a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos para compensar o aumento do preço do diesel, sem informar de onde vai tirar os recursos nem a partir de quando o benefício será pago.
Após a equipe econômica ter sido atropelada pela ala política do governo Bolsonaro na discussão sobre a fonte de financiamento do novo programa social do governo, quatro secretários do Ministério da Economia pediram demissão dos cargos nesta quinta-feira.
A explosão da dívida pública e o risco de um descontrole da situação fiscal é apontado por analistas e investidores como um dos principais fatores de incerteza doméstica, podendo inclusive inviabilizar uma retomada sustentada da economia brasileira.
“Tirar o teto de gasto e precatórios com limitações podem ser entendidos como abertura de porteira para mais gastos ineficientes, tendo em vista as próximas eleições polarizadas de 2022. Vamos perder a âncora, sem colocar nada no lugar”, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais.
Na visão do mercado, as manobras para furar do teto dos gastos colocam ainda mais pressão no dólar e para o Banco Central elevar a taxa básica de juros, atualmente em 6,25% ao ano. “Isso compromete a expansão do PIB em 2022. Para as classes de renda baixa, o efeito parece ser de dar com uma mão e tirar com a outra, considerando inflação ascendente e desemprego elevado”, acrescentou Bandeira.

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