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Aposentado pelo INSS, senador diz ter sofrido descontos irregulares por entidade investigada

Jayme Campos (União-MT) afirma não ter autorizado débitos, que somam cerca de R$ 1 mil. Parlamentar identificou irregularidade após operação da PF; defesa afirma que tomará ‘todas as providências’. Senador Jayme Campos
Andressa Anholete/Agência Senado
O senador Jayme Campos (União-MT) afirmou nesta segunda-feira (12) que sofreu descontos irregulares em sua aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Aposentado pelo INSS, o parlamentar declarou ao g1 ter identificado descontos que se aproximam de R$ 1 mil — o valor exato, de acordo com a defesa do senador, ainda está sendo apurado.
Segundo Jayme Campos, nenhum dos débitos foi autorizado previamente. Ele acredita ser uma das vítimas do esquema bilionário que desviou recursos de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024.
Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que associações e entidades realizavam cadastros de aposentados sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios.
A PF e a CGU afirmam que o prejuízo total pode chegar a R$ 6,3 bilhões no período investigado.
Segundo o senador, os débitos em sua aposentadoria ocorreram entre março de 2024 e abril de 2025.
O parlamentar afirmou que não autorizou os descontos, identificados, de acordo com ele, sob a rubrica da entidade Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas (Caap).
A Caap é uma das 11 associações investigadas pela PF e pela CGU no esquema de desvio de aposentadorias.
Jayme Campos disse que somente tomou conhecimento dos débitos após a operação realizada pela PF no último dia 23. De acordo com ele, os descontos foram identificados por seu contador pessoal.
“Após essa denúncia que houve de desvio, o contador foi verificar, porque nunca verifiquei. E ele falou: ‘senador Jayme, estão descontando o senhor desde 2024’. Ele ainda teve a curiosidade de pegar o holerite”, explicou Campos ao g1, que já havia mencionado os desvios a colegas em uma comissão do Senado na última semana.
O senador, que também negou conhecer a entidade responsável pelo débito, afirmou que os descontos começaram com valores próximos a R$ 70 e subiram para mais de R$ 80 mensais.
“Já estão descontando há algum tempo, e eu não tinha conhecimento”, disse.
Felipe Carapeba Elias, advogado do senador, afirmou que ainda estão “levantando” os valores descontados indevidamente do parlamentar e que todas as “providências serão tomadas”.
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O esquema
Segundo as investigações, as associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal.
Cobravam, então, mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Há casos, de acordo com a PF e com a CGU, de associações que falsificaram assinaturas de beneficiários da Previdência.
No rescaldo da operação, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo. Dias depois, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão.
Outros cinco servidores públicos foram afastados de suas funções, a maioria ligada ao INSS.
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