A companhia fechou o pregão desta segunda-feira (10) com menos da metade do valor de mercado que atingiu em dezembro do ano passado, logo após a eleição de Donald Trump. Tesla Model Y foi o carro mais vendido em 2024
Divulgação | Tesla
As maiores bolsas de valores dos Estados Unidos começaram a semana em queda, com especial atenção voltada à Tesla de Elon Musk. As ações da montadora despencaram mais de 15% no pregão desta segunda-feira (10) e perderam toda a valorização obtida desde a eleição do presidente norte-americano, Donald Trump, no ano passado.
Segundo a agência Reuters, a marca acumula a maior redução em seu valor de mercado entre as principais fabricantes de carros.
A Tesla viu suas ações subirem nas primeiras semanas após a eleição de Donald Trump e chegou à marca de US$ 1,5 trilhão em valor de mercado em 17 de dezembro.
De lá pra cá, no entanto, a companhia já registra uma queda de 52,4% em seu valor de mercado em três meses. Nesta segunda-feira (10), a Tesla fechou o pregão valendo US$ 714,6 bilhões.
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Elon Musk na política desanima mercado
Segundo a Reuters, a queda nas ações, desde dezembro passado, se deve à diminuição das vendas e dos lucros, além dos protestos contra a atuação política de Elon Musk.
As ações de Elon Musk na política incluem demissões em massa de funcionários do governo dos EUA, enquanto o bilionário atua como assessor sênior do presidente americano. Investidores também estão preocupados que a política esteja distraindo o homem mais rico do mundo de sua principal fonte de receita.
Investidores seguem desapontados com Elon Musk
O valor de mercado da Tesla não vem exclusivamente das vendas de carros elétricos. Segundo a Reuters, esse braço de negócios responde por cerca de 25%, com o restante baseado na promessa dos veículos totalmente autônomos, também chamados de robotáxis.
Eles ainda não foram lançados, mesmo tendo sido prometidos há quase uma década. O mais próximo que temos deste produto é uma apresentação de protótipo, feita em outubro de 2024, quando o próprio Elon Musk mostrou ao mundo o Cybercab.
Cybercab é o robotáxi da Tesla, carro sem volantes e pedais, lançado em Los Angeles; imagem foi retirada de vídeo
Tesla/Divulgação via Reuters
O veículo promete ser um táxi totalmente autônomo, com o mesmo visual de aço inoxidável do Cybertruck, mas com linhas mais próximas de um carro convencional, diferente da picape que é o Cybertruck.
O plano de Musk é operar uma frota de táxis autônomos da Tesla, que os passageiros possam chamar por meio de um aplicativo. Proprietários individuais também poderão ganhar dinheiro com o aplicativo, listando seus veículos como robotáxis.
Além do carro, Musk apresentou um robovan, que é um veículo maior e autônomo capaz de transportar até 20 pessoas. Ele também mostrou o robô humanoide Optimus da Tesla.
Tesla não foi a única a registrar quedas
As ações da Tesla não foram as únicas a registrarem queda nesta segunda-feira. Entre os 11 principais setores do S&P 500 (um dos principais índices de ações dos Estados Unidos), os papéis de tecnologia foram os que mais caíram na sessão, com um recuo de 4,4%.
Segundo especialistas disseram à Reuters, outro fator que influenciou na queda das ações de tecnologia nesta segunda-feira foi o fortalecimento do iene japonês e o aumento nos rendimentos dos títulos soberanos.
Esse movimento veio na esteira da redução das operações de carry trade (operação em que investidores ganham dinheiro com a diferença de juros entre dois países) na moeda japonesa devido às expectativas de um aumento de juros no país.
“Se você quer saber o que está acontecendo com o mercado dos EUA, pare de prestar atenção às tarifas e comece a prestar atenção aos rendimentos dos títulos do governo japonês”, disse Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital em Nova York à Reuters. “O carry trade está se desfazendo. […] Então é por isso que a tecnologia está em baixa.”
Em Wall Street, o S&P 500 teve sua maior queda em um dia desde 18 de dezembro e o Nasdaq, de tecnologia, caiu 4,0%, sua maior queda percentual em um único dia desde setembro de 2022.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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