Data

Rombo nas contas externas é o menor em 14 anos até setembro; investimento direto sobe 16,5%

Informações foram divulgadas nesta sexta-feira pelo Banco Central. Gastos de brasileiros no exterior sobem em setembro com reabertura das fronteiras, apesar do dólar alto. O rombo das contas externas do Brasil recuou de janeiro a setembro deste ano e foi o menor registrado, para este período, nos últimos 14 anos, ao mesmo tempo em que os investimentos estrangeiros diretos na economia do país avançaram 16,5% — mas ainda não retornaram ao patamar pré-pandemia. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Banco Central (BC).
Segundo a instituição, o déficit das contas externas do Brasil também somou US$ 8,082 bilhões – na comparação com US$ 13,303 bilhões no mesmo período de 2020. Com isso, atingiu o menor patamar para os nove primeiros meses de um ano desde 2007 – quando foi registrado um superávit de US$ 2,869 bilhões.
O resultado em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, a melhora no rombo das contas externas na parcial de 2021 está relacionada com uma pequena melhora da balança comercial, com o déficit menor da conta de serviços, relacionado com a queda nos gastos com viagens de brasileiros ao exterior, e também com a redução nas remessas de lucros e dividendos por empresas para fora do país.
Em um cenário de recessão por conta do coronavírus, o déficit das contas externas recuou 75% em 2020 e foi para US$ 12,517 bilhões.
Para todo ano de 2021, a expectativa do Banco Central é de uma piora nas contas externas. A estimativa da instituição é de um saldo negativo de US$ 21 bilhões nas contas externas neste ano.
Investimentos estrangeiros
Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 40,740 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, com alta de cerca de 16,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 34,975 bilhões), informou o Banco Central nesta sexta-feira (22).
Segundo a instituição, esse é um patamar mais elevado de investimentos estrangeiros, registrado antes da pandemia da Covid-19, ainda não foi retomado.
O aumento dos investimentos acontece em um momento de recuperação da economia mundial, mas também com a perspectiva de taxas de juros maiores em outros países – com a alta da inflação disseminada pelo mundo.
No fim de setembro, o BC baixou a estimativa para ingresso de investimentos diretos no país em 2021 caiu de US$ 60 bilhões para US$ 55 bilhões. Para 2022, o BC projeta entrada de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros no país.
Gastos de brasileiros no exterior
Segundo o Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 474 milhões em setembro. Esse é o quarto mês seguido, após o início da pandemia da Covid-19, que essas despesas ficam acima da marca de US$ 400 milhões.
O patamar de gastos em agosto deste ano é 57% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando somou US$ 301 milhões. Porém, ainda ficou abaixo do patamar de setembro de 2019, antes da pandemia, quando somou US$ 1,329 bilhão.
O aumento de gastos de brasileiros no exterior acontece em meio à reabertura dos países para o turismo, com a redução do distanciamento — consequência da ampliação do processo de vacinação — e a um crescimento maior da economia brasileira.
O crescimento, ainda modesto, também é registrado em um momento de nova disparada do dólar, por conta de tensões políticas relacionadas com o rompimento do teto de gastos público. Nesta sexta-feira (23), a moeda norte-americana atingiu R$ 5,71 e acumula uma alta de 10% no ano.
Com a disparada do dólar, as viagens de brasileiros ao exterior ficam mais caras. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
“Pode haver ainda uma maior reticência dos brasileiros para retomarem suas viagens internacionais, que também tem o efeito da taxa de câmbio, que é mais alta agora do que no ano passado. Isso pode reduzir a demanda por viagens, mas a gente tem visto um crescimento determinado pela redução dos efeitos da pandemia, causado pelo aumento da vacinação”, disse Fernando Rocha, do BC.
Apesar do aumento em agosto, na parcial dos nove primeiros meses deste ano ainda foi registrada queda nos gastos de brasileiros no exterior. Nesse período, as despesas lá fora somaram US$ 3,316 bilhões, contra US$ 4,411 bilhões no mesmo período do ano passado.

O Idecon é um Instituto que caminha por meio de muito trabalho, ofertando serviços em busca do Equilíbrio e Harmonia nas Relações de Consumo.

Downloads

Entre em Contato