Após prejuízo de R$ 2,6 bilhões, empresa lançou medidas para contornar situação financeira. Correios esperam economizar R$ 1,5 bilhão com cortes. Agência dos Correios em Brasília
Joédson Alves/Agência Brasil
O diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Getúlio Marques Ferreira, justificou em um ofício enviado a todas as áreas que as propostas para diminuir despesas da empresa são “essenciais” para a “realidade atual” e para manter a “viabilidade da empresa”.
➡️ Em crise financeira, a empresa espera economizar R$ 1,5 bilhão até o fim deste ano.
“Essas ações são essenciais para a adequação da empresa à realidade atual e visam assegurar sua viabilidade de forma eficiente e sustentável”, afirmou Ferreira.
O documento foi enviado aos funcionários na última segunda (12), mesmo dia em que a empresa anunciou medidas para reverter a situação financeira e o prejuízo de R$ 2,6 bilhões.
Entre as propostas apresentadas, está a redução de jornada de trabalho dos funcionários da empresa, de 8 horas diárias (44 horas semanais) para 6 horas diárias (34 horas semanais).
➡️ A medida pode diminuir em 29,4% o salário mensal dos funcionários que toparem reduzir a jornada para ajudar a empresa.
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Suspensão de férias
Em outro ofício, produzido para tirar dúvidas dos funcionários sobre a suspensão temporária de férias, a diretoria de pessoas afirma que as passagens já compradas para as férias agora suspensas podem não ser reembolsadas.
“Não haverá reembolso. Será considerada como excepcionalidade a situação de empregadas(os) que haviam programado suas férias para usufruto a partir de 1º de junho e já possuíam, até 12 de maio de 2025, passagem emitida ou hospedagem confirmada”, afirma o texto.
A suspensão das férias será a partir de 1º de junho e se dará apenas para o período aquisitivo de 2024/2025.
Quem tiver férias marcadas deverá enviar um pedido de análise de “excepcionalidade” para que a área responsável avalie a possibilidade de manutenção.
Aqueles que já tiverem férias marcadas, mas do período aquisitivo 2023/2024, não serão afetados.
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As medidas
O documento, que foi divulgado internamente e disponibilizado pela empresa, pode gerar uma economia de R$ 1,5 bilhão em 2025.
As medidas tomadas pela empresa são:
➡️Revisão da estrutura dos Correios Sede: redução de pelo menos 20% do orçamento de funções (redução dos cargos comissionados);
➡️Incentivo à redução da jornada de trabalho: diminuição do horário de trabalho para 6 horas diárias e 34h semanais. Atualmente, são 8h diárias e 44h semanais;
➡️Suspensão temporária de férias: a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano. As férias voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026;
➡️Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais requisitos de elegibilidade;
➡️Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios: o pagamento do adicional de atividade será o mais vantajoso para empregados;
➡️Convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial: todos os empregados devem retornar ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025, com exceção daqueles protegidos por decisão judicial;
➡️Lançamento de novos formatos de planos de saúde: a escolha da rede credenciada será dialogada com as representações sindicais. A economia estimada será de 30%;
➡️Lançamento do marketplace próprio ainda em 2025;
➡️Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB), para investimentos internos.
Na terça-feira (13), a empresa divulgou uma nova listagem de medidas que serão tomadas para buscar reverter os seguintes resultados negativos nos últimos anos.
Para alcançar esse objetivo, a empresa pretende adotar mais medidas de contenção de gastos como:
➡️Compartilhamento de unidades operacionais;
➡️Venda de imóveis ociosos;
➡️Redução de custos com manutenção;
➡️Otimização da malha operacional e logística;
➡️Revisão de contratos nas 10 maiores Superintendências Estaduais;
➡️Reestruturação da rede de atendimento;
➡️Aprimoramento da malha de transporte aéreo e terrestre.
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Além de reduzir gastos operacionais, os Correios esperaram elevar o lucro com as operações em R$ 3,1 bilhões, movidos pelas seguintes medidas:
➡️Segmento internacional e encomendas: expansão de negócios com novos modelos operacionais, políticas de precificação customizadas e fortalecimento da atuação comercial;
➡️Setor público: novas soluções de logística e mensagens para órgãos públicos (educação, saúde, gestão documental, e-commerce público);
➡️Novos clientes: expansão e incentivo a clientes de pequeno e médio portes e vendedores do comércio eletrônico;
➡️Varejo: rentabilização dos canais físicos e ampliação de produtos e serviços de terceiros.
Sindicatos contrários
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) enviou uma carta para o presidente dos Correios, Fabiano Silva, pedindo a suspensão de algumas das medidas que afetam diretamente os funcionários.
Entre os argumentos, a Findect pede que os Correios ofereçam mais garantias jurídicas que possibilitem a segurança dos funcionários.
“Entendemos como válida a iniciativa de propor a redução de jornada como alternativa de economia. Contudo, solicitamos que a ECT formalize um compromisso de que todo(a) empregado(a) que optar pela redução possa, a qualquer tempo, retornar à jornada de 8 horas diárias, mediante simples solicitação, sem que haja qualquer negativa por parte da empresa”, justificou a federação dos sindicatos.
Com relação ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a Findect pede que os Correios convoquem os aprovados no último concurso público antes de efetivar os desligamentos para que não haja déficit de funcionários e prejudique o funcionamento das atividades.
Já sobre a suspensão das férias, a Federação de sindicatos manifestou “preocupação” com o impacto da medida na vida dos funcionários, já que muitos só têm o período de recesso escolar para poder viajar com os filhos em idade escolar.
“Solicitamos que nenhuma solicitação de manutenção de férias seja indeferida sem diálogo prévio com os sindicatos, por meio das Mesas Regionais de Negociação Permanente (MRNP) ou da MNNP, conforme o caso”, afirmou.

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