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Ações da China disparam e fecham em alta após acordo sobre tarifaço com os EUA; yuan se valoriza

No acordo, os dois países concordaram em modificar a taxa adicional de frete dos produtos importados. Os dois lados ainda devem continuar com negociações. Investidores chineses monitoram preços das ações em uma corretora em Pequim
Mark Schiefelbein/AP
As ações chinesas fecharam em alta e o yuan se fortaleceu nesta segunda-feira (12) depois que Estados Unidos e China anunciaram um acordo para reduzir as tarifas recíprocas, em uma importante desescalada da guerra comercial que ameaçava a economia global.
Falando após negociações com autoridades chinesas em Genebra no fim de semana, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse a repórteres que os dois lados chegaram a um acordo para uma pausa de 90 dias nas medidas, e que as tarifas recíprocas seriam reduzidas em 115%.
📉 Veja o desempenho das principais bolsas da China e de Hong Kong no fechamento:
🇨🇳 CSI 1000, da China, subiu 1,40%
🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subiu 3,12%
As outras principais bolsas asiáticas, do Japão e da Coreia do Sul, já haviam fechado após o anúncio.
O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses, enquanto sua versão offshore avançou mais de 0,5%.
“O resultado superou muito as expectativas do mercado. Antes, a esperança era apenas de que os dois lados se sentassem para conversar, e o mercado estava muito fragilizado”, disse William Xin, presidente do fundo hedge Spring Mountain Pu Jiang Investment Management, em Xangai.
“Agora há mais certeza. As ações chinesas e o yuan devem permanecer em alta por um tempo.”
Acordo sobre tarifaço
A China e os Estados Unidos divulgaram, na madrugada desta segunda-feira (12), que chegaram a um acrodo a respeito do tarifaço de Donald Trump. Representantes das duas potências se encontraram neste domingo (11) para discutir taxas sobre importações.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse a jornalistas que as duas partes concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas, e que as tarifas recíprocas seriam reduzidas em 115%.
No acordo, os dois países ainda devem diminuir a taxa adicional de frete dos produtos importados. A informação é da agência de notícias Reuters.
Negociações
Estados Unidos e China indicaram, neste domingo (11), que avançaram nas negociações para reduzir tarifas comerciais após a escalada das últimas semanas, em que as taxas passaram de 100%.
Representantes dos dois países participaram de reuniões durante o fim de semana, em Genebra, na Suíça. Apesar das declarações otimistas, nenhuma medida concreta foi anunciada.
“Estou feliz em informar que fizemos progressos substanciais entre os Estados Unidos e a China nas importantíssimas negociações comerciais”, informou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
O vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, confirmou o progresso nas conversas, que ele chamou de “francas, aprofundadas e construtivas”.
Sem dar mais informações, Lifeng afirmou que ambos os lados chegaram a um “consenso importante”.
Além de Scott Bessent e He Lifeng, o representante comercial americano Jamieson Greer participou das reuniões.
Neste domingo (11), Greer afirmou a repórteres que as diferenças entre as duas potências econômicas em questões comerciais “não são tão grandes quanto se pensava”. “Foram dois dias muito construtivos. É importante entender a rapidez com que conseguimos chegar a um acordo.”
Escalada de tarifas
Os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, após uma escalada que começou no chamado “Dia da Libertação”, quando Trump anunciou tarifas a mais de 180 países.
A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% sobre produtos americanos.
Em sua primeira declaração sobre o encontro em Genebra, Trump afirmou na quinta (8) que acreditava em uma reunião “amigável” e em negociações “substanciais”.
Na sexta (9), acrescentou que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses “pareciam corretas”.
No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisavam “demonstrar sinceridade” e disposição para “corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais”.
Trump diz que vai negociar novas tarifas com a China
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
*Esta matéria está em atualização

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