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A foto que exibe o ‘bromance’ dos barões das big techs com Trump

Os principais bilionários da tecnologia, incluindo alguns que foram críticos de Trump durante seu primeiro mandato, compareceram à cerimônia de posse do republicano Priscilla Chan, Mark Zuckerberg, Lauren Sanchez, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, durante cerimônia de posse de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025
Shawn Thew/Pool via Reuters
Bilionários da tecnologia marcaram presença na posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Além de dono da SpaceX e Tesla, Elon Musk, que ganhou um cargo no governo que começa, nesta segunda-feira (20/1) estavam em Washington o fundador da Amazon, Jeff Bezos, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, o líder da Apple, Tim Cook, e o diretor do Google, Sundar Pichai. Todos ocuparam assentos de destaque na Igreja de St. John e aparecem lado a lado em fotos da posse.
O último evento público em Washington que reuniu o alto escalão de tecnologia em uma mesma sala foi uma audiência no Congresso de 2020.
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Na ocasião, uma comissão investigava se Facebook, Google, Amazon e Apple aplicavam prática de monopólio e abuso de posição dominante no mercado. Zuckerberg, Bezos, Pichai e Cook estavam na audiência.
A presença em peso dos chefões da tecnologia reforça o bromance, expressão do inglês que se refere a um relacionamento íntimo entre homens, entre os executivos e Trump.
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Além dos que estão na foto, também foi ao evento da posse o CEO do TikTok, Shou Chew. A presença do executivo chinês acontece em meio à discussão sobre o futuro da rede social nos EUA. Trump já revelou sua intenção de adiar a proibição da plataforma prevista em uma lei americana por meio de uma ordem executiva, com duração de 90 dias.
As relações nem sempre foram boas assim. Aliados de Trump já defenderam o banimento do TikTok no passado. O presidente americano, por exemplo, já foi um crítico voraz da Meta e de sua abordagem à moderação de conteúdo, chamando o Facebook de “um inimigo do povo” em março de 2024.
Mas com Zuckerberg as coisas melhoraram desde então: o CEO da Meta jantou na casa de Trump na Flórida, em Mar-a-Lago, e a empresa doou US$ 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) para um fundo para o evento de posse de Trump.
No início deste mês, Zuckerberg anunciou novas diretrizes da Meta em que declarou que era “hora de voltar às nossas raízes, em torno da liberdade de expressão”.
“As eleições mais recentes parecem sinalizar um ponto de virada cultural para, mais uma vez, dar prioridade à liberdade de expressão”, disse Zuckerberg.
No vídeo, o presidente-executivo da empresa de tecnologia anunciou que está abandonando o uso de checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram.
O anúncio foi celebrado por apoiadores de Trump, que classificaram a medida como um esforço para “reduzir a censura” no Facebook e Instagram.
Em mais um gesto de aproximação, Zuckerberg anunciou Dana White, presidente-executivo do Ultimate Fighting Championship (UFC) e apoiador de longa data de Trump, faria parte do conselho administrativo da Meta.
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Quem é quem na foto
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, no centro, e sua esposa Priscilla Chan, à esquerda, chegam antes de Donald Trump
Chip Somodevilla/Pool Photo via AP
Jeff Bezos chega à posse de Donald Trump
AP Photo/Julia Demaree Nikhinson, Pool
Sundar Pichai (Google) na posse de Donald Trump, ao lado de Elon Musk (Tesla, Space X e X)
SHAWN THEW / POOL / POOL / AFP
‘Todo mundo quer ser meu amigo’
Muitos desses executivos foram dos primeiros críticos de Trump durante seu primeiro mandato e se manifestaram sobre questões como mudanças climáticas e imigração.
Hoje, a maioria dessas empresas ainda enfrenta questões pendentes sérias com o governo dos EUA, incluindo processos antimonopólio, investigações, disputas regulatórias e tarifas.
Donald MacKenzie, sociólogo da Ciência e Tecnologia e professor da Universidade de Edimburgo, afirma que o momento é de readequação, com as grandes corporações americanas se preparando para o segundo mandato de Trump, que promete ser um período de transformação ainda maior do que o primeiro.
“As corporações americanas sabem que esse é um momento de grande mudança – e que é muito melhor para elas ficaram do lado dessa mudança do que se opor a ela”, disse à BBC News Brasil.
Quão duradouro será esse bromance com a tecnologia e até que ponto Trump pressionará em muitas dessas questões permanecem incógnitas.
O presidente parece estar confortável com a aproximação. Ele escreveu nas redes sociais no mês passado: “Todo mundo quer ser meu amigo!!!”
Mas as novas amizades de Trump com executivos de tecnologia não foram bem recebidas por todos em seu círculo.
No domingo, o ex-estrategista-chefe da Casa Branca de Trump, Steve Bannon, chamou Musk de “um cara verdadeiramente maligno”.
“Eu olho para isso e acho que a maioria das pessoas no nosso movimento olha para isso como: o Presidente Trump derrotou os oligarcas, ele os quebrou e eles se renderam”, disse Bannon à ABC News.
A oposição também já declarou que não baixará a guarda. Na semana passada, os senadores Elizabeth Warren e Michael Bennett, ambos democratas, divulgaram uma carta endereçada aos executivos, acusando-os de tentar “se aproximar da administração Trump em busca de evitar escrutínio, limitar regulações e comprar favores”.

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