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Corte de gastos: reunião de 3 horas entre Lula e ministros termina sem anúncios; debate segue nos próximos dias, diz Fazenda

Área econômica elabora medidas de contenção de despesas, que devem ser apresentadas nesta semana. Ações são necessárias para frear dívida e juros, que penalizam investimentos.
Terminou sem anúncios, nesta segunda-feira (4), a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros para tentar concluir o pacote que o governo vai anunciar para cortar gastos públicos e garantir o respeito às metas fiscais nos próximos anos.
A reunião no Palácio do Planalto começou às 15h30. Além de Lula, estavam presentes os ministros:
Fernando Haddad (Fazenda);
Simone Tebet (Planejamento e Orçamento);
Rui Costa (Casa Civil);
Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos);
Luiz Marinho (Trabalho);
Camilo Santana (Educação);
Nísia Trindade (Saúde).
O encontro durou cerca de 3 horas e meia, mas terminou sem declarações das autoridades. Segundo o Ministério da Fazenda, “o quadro fiscal do País foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”.
“Nesta terça (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações”, informou a Fazenda.
A lista de ministérios que participarão dessas reuniões não foi divulgada. A ideia é que eles possam contribuir e opinar sobre o tema.
Pela manhã, Haddad tinha dito a jornalistas que acreditava que o governo estava na “reta final” de elaboração das medidas.
A reunião com demais ministros foi a segunda do dia de Haddad com o presidente da República. Pela manhã, os dois se encontraram com os ministros Rui Costa, da Casa Civil; Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral, para tratar da Cúpula do G20.
Lula se reúne com Haddad após ministro cancelar viagem à Europa
O que deve estar no pacote
Segundo o colunista do g1 Valdo Cruz, no encontro com Lula, a equipe econômica pretendia propor um limite para despesas obrigatórias para preservar as regras previstas no arcabouço fiscal.
Ficariam de fora do teto o aumento real do salário mínimo e a vinculação da aposentadoria ao mínimo.
Estariam na mesa, ainda, mudanças na vinculação de gastos de áreas como saúde e educação.
Cortes de gastos
A equipe econômica do governo tem se debruçado nas últimas semanas sobre uma agenda que vem sendo cobrada por investidores e setores da política desde o começo do governo do presidente Lula: o corte de gastos públicos.
Por enquanto, as medidas em estudo ainda não foram detalhadas, o que tem gerado nervosismo no mercado financeiro — com pressão sobre o dólar, queda da Bolsa de Valores e alta dos juros futuros.
Nos últimos dias, Haddad defendeu que entende a “inquietação” do mercado, mas acrescentou que o governo apresentará propostas para manter o arcabouço fiscal operante. A expectativa é que as medidas sejam apresentadas nas próximas semanas.
Surgiram notícias de que o governo estaria considerando mudanças no seguro desemprego e na multa de 40% de demissão sem justa causa, algo que foi negado pelo Ministério do Trabalho.
O ministro Luiz Marinho ameaçou até deixar o cargo caso se sinta agredido, ou seja, na hipótese de mudanças serem encaminhadas sem discussão prévia com ele.
Miriam Leitão: Corte de gastos: Casa Civil e Fazenda chegaram a entendimento

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