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Dólar abre em alta e vai a R$ 5,72, de olho em falas de Lula e com dados e juros no radar

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,11%, cotada a R$ 5,6968. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,31%, aos 129.951 pontos. Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels
O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (23) em alta, conforme investidores monitoravam falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião presidencial da Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia.
Ainda por aqui, o mercado continuava a repercutir os novos dados de arrecadação de impostos federais e as novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil. Novas falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, também devem ficar no radar.
Já no exterior, além do foco na corrida presidencial dos Estados Unidos, as atenções também devem se voltar para os novos dados econômicos do país. O destaque fica com o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) — relatório que reúne informações sobre o estado da economia nos distritos onde o BC dos EUA atua.
A expectativa é que o documento dê novas sinalizações sobre a economia e sobre os próximos passos da instituição na condução da política monetária da maior economia do mundo. Nesse sentido, falas de dirigentes do Fed também devem ficar sob os holofotes.
Balanços corporativos e eventuais sinais sobre a economia chinesa e a condução dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) também podem ter destaque ao longo da sessão.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h02, o dólar operava em alta de 0,47%, cotado em R$ 5,7237. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana teve um avanço de 0,11%, a R$ 5,6968.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,03% na semana;
avanço de 4,59% no mês;
ganho de 17,40% no ano.

O
Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam apenas a partir das 10h.
No dia anterior, o índice teve uma queda de 0,31%, aos 129.951 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,42% na semana;
perdas de 1,41% no mês;
recuo de 3,16% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
Com uma agenda de indicadores esvaziada no ambiente doméstico, investidores começam a sessão desta quarta-feira (23) de olho em falas do presidente Lula da Cúpula do Brics — grupo de países que visa promover o crescimento e o desenvolvimento sustentável entre seus membros.
Em participação por videoconferência na reunião presidencial da Cúpula do Brics, Lula fez um discurso curto, no qual abordou temas frequentes nas suas últimas participações em fóruns internacionais, como:
apelos contra a mudança climática;
defesa da taxação dos “super-ricos” e do combate à fome;
crítica às guerras no Oriente Médio e no Leste da Europa;
pedidos por democratização do acesso às vacinas e à inteligência artificial;
defesa da criação de uma “moeda comum” para transações entre países do Brics – que, assim, não precisariam usar o dólar para fazer comércio uns com os outros.
Além disso, o mercado continua a repercutir os novos dados fiscais, divulgados na véspera. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, o governo arrecadou R$ 203 bilhões em setembro, no maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1995.
A arrecadação de setembro de 2024 foi 11,6% maior que a do mesmo período de 2023, em valores atualizados pela inflação. Além do recorde para o mês, o total arrecadado em nove meses também é o maio da série histórica. De janeiro a setembro, o governo arrecadou aproximadamente R$ 1,96 trilhão.
“Em nossa avaliação, além dos efeitos das medidas de aumento de receitas, o resultado reflete a atividade econômica mais forte e o mercado de trabalho aquecido”, avaliaram os analistas da XP em relatório divulgado nesta manhã.
Na esteira dos resultados, investidores também avaliam a melhora da projeção para a economia brasileira anunciada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na terça-feira. Segundo relatório, a instituição aumentou suas previsões de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,1% para 3% neste ano.
A melhora da perspectiva foi atribuída ao fortalecimento do consumo privado e do investimento na primeira metade do ano, impulsionados por um mercado de trabalho aquecido, transferências do governo e um impacto menor do que o esperado das enchentes do Rio Grande do Sul (RS), em maio.
A agenda desta quarta-feira ainda conta com discursos do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos da instituição, Paulo Picchetti.
Na terça-feira, Campos Neto afirmou que é apropriado tratar da desancoragem das expectativas de inflação (quando as projeções do mercado estão longe das metas do BC) e disse ser importante comunicar a seriedade da autoridade monetária em relação à meta.
O banqueiro central também reiterou que será difícil que o país conviva com juros muitos mais baixos do que o patamar atual sem um choque fiscal positivo. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual tanto para cima quanto para baixo.
Hoje, os juros estão em 10,75%, depois do BC iniciar um novo ciclo de altas em sua última reunião, em setembro. O mercado espera novas altas, à medida que a economia brasileira mostra um crescimento acima do esperado, o que pode pressionar a inflação pelo lado da demanda.
Cenário internacional
No exterior, as atenções ficam com os novos indicadores econômicos dos Estados Unidos, com destaque para o Livro Bege do Fed.
A corrida eleitoral norte-americana e novas falas de dirigentes do Fed também devem ficar no radar dos investidores, bem como os balanços corporativos previstos para o dia e eventuais sinais sobre a economia da China e o conflito no Oriente Médio.
Na Europa, as atenções se voltam para o Banco Central Europeu (BCE) e para o debate sobre se a instituição precisa reduzir os juros o suficiente para estimular a economia da zona do euro, pondo fim a anos de restrição econômica.
Na véspera, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a inflação da região está desacelerando e pode atingir a meta de 2% mais rapidamente do que o projetado.
“Estou absolutamente confiante de que atingiremos essa meta de forma sustentável no decorrer de 2025”, disse.

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