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Dólar abre em baixa, com novo recorde no número de trabalhadores no Brasil

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,59%, cotada a R$ 5,4432. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em alta de 1,08%, aos 133.010 pontos. Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
O dólar abriu em baixa nesta sexta-feira (27), encerrando uma semana marcada pela divulgação de importantes dados econômicos no Brasil e no mundo, e com a discussão sobre o futuro das taxas de juros ainda no radar.
Hoje, o destaque fica com os novos números do mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu para 6,6% e a população ocupada bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões de pessoas, no trimestre de junho a agosto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
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Dólar
Às 09h, o dólar caía 0,16%, cotado a R$ 5,4343. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda caiu 0,59%, cotada a R$ 5,4432.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,41% na semana;
perda de 3,36% no mês;
avanço de 12,17% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice subiu 1,08%, aos 133.010 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,48% na semana;
recuo de 2,20% no mês; e
queda de 0,88% no ano.

O que está mexendo com os mercados
Em uma semana marcada pela divulgação de novos indicadores econômicos que podem influenciar na tomada de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em suas próximas reuniões, a sexta conta com dados do mercado de trabalho.
Pela manhã, o IBGE divulgou a PNAD Contínua referente ao trimestre entre junho e agosto, que mostrou uma taxa de desemprego menor que esperado. O país teve uma taxa de desocupação de 6,6% no trimestre, enquanto o mercado projetava 6,7%.
Além de melhor que as projeções, o resultado também mostrou uma desaceleração em relação aos três meses anteriores (de março a maio), quando a taxa ficou em 7,1%.
Outros dados importantes também foram divulgados nos últimos dias. Nesta quinta-feira (27), o mercado repercute o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado pelo Banco Central (BC), que revelou um aumento na projeção para a inflação, que passou de 4,0% para 4,3%. A instituição também aumentou a probabilidade de os preços ultrapassarem o teto da meta, de 28% para 36%.
A meta inflacionária para este ano é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%. Segundo a instituição, “o aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado”.
O relatório apontou que o principal impacto para a inflação deve vir da alta nos preços de alimentação no domicílio. Também, dólar elevados, passagens aéreas e as bandeiras tarifárias mais restritivas por conta da seca devem afetar os preços. Por outro lado, a gasolina deve ser um fator de queda.
A autarquia ainda elevou suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB), de 2,3% para 3,2% e disse que “o ritmo de crescimento da atividade econômica tem sido forte e superado as expectativas”. Além disso, afirmou que os impactos econômicos das enchentes no Rio Grande do Sul (RS) se mostraram “menores do que os esperados anteriormente, contribuindo para parte da surpresa”.
Além disso, na última quarta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os novos dados do IPCA-15, que registrou uma alta de 0,13% em setembro, abaixo das expectativas do mercado.
Já na terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata de sua última reunião, quando decidiu aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual (p.p.), para 10,75% ao ano.
O documento trouxe um tom mais duro do comitê, que reforçou o “firme compromisso” com a conversão da inflação à meta da instituição, sinalizando que novas altas devem acontecer nos próximos meses.
A ata ainda mostrou que todos os dirigentes concordaram em iniciar o ciclo de altas nos juros de maneira gradual, para acompanhar com cuidado os próximos dados econômicos — principalmente inflação e emprego –, ao mesmo tempo em que o aumento da taxa já comece a fazer efeito sobre o mercado.
“O Comitê julgou que o início do ciclo deveria ser gradual de forma a, por um lado, se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados, ainda mais em contexto de incertezas, tanto nos cenários externo como doméstico, mas, por outro lado, permitir que os mecanismos de transmissão da política monetária que possibilitarão a convergência da inflação à meta já comecem a atuar”, diz a ata.
Juros maiores elevam o custo do crédito para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo e os investimentos empresariais. O efeito desejado com isso é a redução da inflação.
O documento ainda indicou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho têm apresentado um dinamismo maior do que o esperado e criticou o “esmorecimento no esforço (do Governo Federal) de reformas estruturais e disciplina fiscal”.
A cautela com o cenário fiscal é, inclusive, um grande fator negativo para os investidores. O 4º Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) de 2024, por exemplo, mostrou uma contenção de despesas abaixo do esperado pelo mercado.
Em entrevista à GloboNews, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC, disse que essa cautela do mercado com o cenário fiscal “não é uma preocupação exagerada”, tendo em vista que o Brasil tem uma dívida pública elevada — e uma das maiores entre os países emergentes.
Meirelles destacou que o país “não tem uma capacidade infinita de captar recursos pelo Tesouro no mercado” e que o investidor tem que querer investir nos títulos brasileiros. Assim, com a percepção de chance de alta do custo da dívida nacional, os investidores passam a demandar mais juros para que a rentabilidade compense o risco.

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